CONFRONTO!
Na calada da noite as palavras me surgem como brotam as
águas das nascentes... Me dizes que me amas. Me amas? Como?
Proferindo palavras que cortam o íntimo sem receio que elas
matem? Fazendo sentir-me inútil á ponto de me decepcionar comigo mesmo? Hipérbole!
Ouso usá-la para expandir tudo que sinto. Já não me sinto parte de sua vida. Informações
que só me chegam à sua vontade e não porque às devo ter por direito. Descaso!
Duvidar que me amas passa-me a ser de direito. Permissão
tua, sem palavras, mas ouvidas, às tive. Por tua causa, egocentrismo prazer de
sentir-se por cima, dono da situação, o gozo de ter a vida do outrem me mãos.
MENTIRA!
És um eco do poder egoísta, uma sombra de desejos
centralizadores... Uma vida que depende de elogios, de ter e ver o outro em mil
dobras em teus bolsos. Já não podes mais
gritar aos quatro ventos que á tem, ela já não te pertence, foi liberta,
encontrou o sentido da vida, que antes não via.
È pássaro livre, andorinha sem gaiola. Pés descalços à beira
do mar em noite de lua cheia. Sente a brisa bater-lhe ao rosto, sente-se plena.
ENGANO! Tudo isso se torna vão com tua presença. Tu que eras liberdade,
sorrisos, te tornas prisão, algemas, tristeza...
Não permitas chegar ao fim de tua incessante busca preso aos
grilhões da sociedade, a qual te empurra cada vez mais ao abismo, o qual amas,
porque sabes que idolatras o incerto, o perigo... Te tornas dono do que
cativas.
ETERNAMENTE!
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